11/06/2025
Foz do Iguaçu (PR) – A celebração pelos 111 anos de Foz do Iguaçu, realizada na última terça-feira (10), foi marcada por um forte posicionamento dos profissionais da Educação da rede pública municipal. Em um mesmo dia, a categoria promoveu um protesto silencioso durante o desfile cívico e entregou um documento oficial ao ministro da Educação, Camilo Santana, denunciando o desmonte e a falta de valorização no setor.
Enquanto educadores e educadoras protestavam nas ruas, vestidos de preto, com faixas nos braços e narizes de palhaço — símbolos da insatisfação com a gestão municipal — a presidente do Sinprefi (Sindicato dos Professores e Profissionais da Educação da Rede Pública Municipal de Foz do Iguaçu), Viviane Dotto, participava da cerimônia de lançamento da pedra fundamental do novo campus Arandu da Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), que contou com a presença do ministro.
Durante o evento, Dotto entregou pessoalmente uma carta ao ministro solicitando atenção do Ministério da Educação aos desmontes promovidos no âmbito municipal. A principal crítica diz respeito à falta de diálogo da Secretaria Municipal de Educação com os profissionais da rede, além de ações consideradas arbitrárias, como o recolhimento recente dos livros didáticos de Inglês.
Na mesma ocasião, o presidente da APP-Sindicato/Foz, Ari Luis Jarczewski, também protocolou uma carta direcionada ao ministro, com demandas relacionadas à rede estadual de ensino. Ambos os documentos expressam a preocupação das categorias com o atual cenário da Educação na região de fronteira.
Enquanto isso, no desfile de aniversário da cidade, o protesto dos educadores chamou a atenção do público e da imprensa local. A mobilização teve como foco a denúncia da retirada dos livros de Inglês das escolas, sem qualquer consulta prévia aos docentes, após uma interpretação considerada tendenciosa do conteúdo por parte da Secretaria Municipal de Educação.
“De domingo para segunda, recolheram os livros didáticos dos professores sem qualquer consulta. Para piorar, a prefeitura anunciou prêmios pelo Ideb, enquanto a categoria enfrenta uma defasagem salarial de mais de 10%”, afirmou Lucas Fávero, secretário-geral do Sinprefi.
O sindicato defende que os recursos destinados aos prêmios — que podem chegar a até R$ 8 mil — sejam incorporados ao salário-base dos educadores, garantindo não apenas um reconhecimento momentâneo, mas uma valorização real e permanente, que reflita também na aposentadoria.
As duas frentes de mobilização reforçam a insatisfação da categoria com a condução das políticas educacionais em Foz do Iguaçu e evidenciam o comprometimento dos profissionais com uma Educação pública de qualidade, democrática e respeitosa com os direitos da classe trabalhadora.
Comunicação- Fesmepar – Post: Elizabeth Novaes – Mtb 10.959
Com informações e foto: Sinprefi
UGT - União Geral dos Trabalhadores